Blue Aya

dez 09, 2022 • 10:56 am

Você já sentiu como se, depois de algumas horas em contato direto com a natureza, seu corpo e sua mente estivessem diferentes? Muitas pessoas conseguem sentir que após um dia no parque, uma corrida na praia, ou uma trilha na floresta, o seu corpo parece mais vivo, e sua mente mais atenta, sendo perceptível um estado de bem-estar geral. Essa “sensação”, na verdade, já é comprovada por estudos científicos, que apontam como o contato recorrente com a natureza é essencial para o bom funcionamento do nosso corpo. Saiba a seguir como pessoas de diferentes lugares do mundo encaram a vida ao ar livre, e os benefícios que esse estilo de vida pode trazer. 

A prática das mais diversas atividades ao ar livre é parte da filosofia de vida em alguns países, e em outros já se tornou receita médica, à medida que os níveis de estresse e doenças cardiovasculares cresce junto com as populações das grandes cidades, que hoje já representam mais de 50% da população mundial, em contraste com os anos 1800, quando essa parcela era de apenas 3%. Estudos hoje comprovam que o contato com a natureza está diretamente associado com a diminuição dos níveis de cortisol, hormônio associado ao stress, além de diminuir a pressão arterial e a frequência cardíaca, enquanto aumenta a criatividade e a capacidade cognitiva, por aumentar a massa cinzenta da córtex pré-frontal, que infuencia o planejamento e a regulação de ações. No Japão, o chamado Shinrin-yoku, ou “ato de contato e estar na atmosfera da floresta”, tornou-se um importante tema de pesquisa científica incentivado pelo governo japonês, que enfrenta altos níveis de estresse na sua população. Os estudos apontaram para uma série de benefícios físicos e mentais do chamado “banho de floresta”, como a melhora do sistema imunológico e do humor, com efeitos que podiam ser observados em até 30 dias após a visita, sendo hoje uma prática receitada como terapia no país.

Nos países escandinavos, a prática, chamada de friluftsliv, representa muito mais algo como uma filosofia de vida, e está totalmente incorporada no dia-a-dia da população. O termo se popularizou nos anos 1850 quando o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen o utilizou para falar da importância do tempo em lugares remotos para a saúde física e mental. As populações escandinavas hoje utilizam o termo para se referir a diversas atividades ao ar livre, como se deslocar de bicicleta no dia-a-dia, relaxar em uma cabana, ou encontrar amigos em um parque. Sendo uma prática extremamente enraizada nessas culturas, o friluftsliv vai muito além da prática de esportes radicais sendo, na verdade, manifestado na simples ação de escolher levar alguma atividade para fora dos locais fechados, e persistir no contato com a natureza mesmo nos dias mais frios e chuvosos, aproveitando assim o que cada estação tem de melhor a oferecer. Para eles, a prática está diretamente relacionada com o bem-estar físico e emocional, podendo ser um dos fatores que explica como a Noruega, por exemplo, está entre os países mais felizes do mundo, segundo relatório da ONU de 2020.

Apesar dos estudos e comprovações científicas recentes a respeito dos benefícios da vida ao ar livre, muitos já os reconheciam antes, e desejam por mais tempo em contato com a natureza. A forma como diferentes países ao redor do mundo encaram a prática nos mostra que, apesar de difícil em um primeiro momento, é importante que sejam dados os primeiros passos, mesmo que comecem devagar. Uma caminhada ao ar livre depois do trabalho ou um piquenique no parque com os amigos já ajudam a começar a criar esse costume de buscar pela natureza como um meio terapêutico para o bem-estar, e em pouco tempo você poderá perceber a diferença positiva no seu corpo e mente.

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