As algas marinhas são parte de um futuro mais sustentável – Saiba como elas podem revolucionar diversos setores da indústria

É cada vez mais evidente que a humanidade precisa encontrar novas formas de produzir e consumir de maneira sustentável. Nesse cenário, pesquisadores apresentam em todos os setores soluções de matérias-primas sustentáveis e de baixo impacto ambiental que podem substituir materiais que causam poluição, como os derivados de petróleo, e também diminuírem as emissões de gases do efeito estufa.

No mais recente relatório da WGSN, uma das principais tendências apontadas para o ano de 2023 é a das alternativas à base de algas marinhas. Ao contrário do que ainda pensa o senso comum, esse importante ingrediente não serve apenas para o setor alimentício, mas também pode ser utilizado como uma alternativa sustentável na indústria de energia, agricultura, cosméticos, e até mesmo na produção de roupas e calçados. Mas você sabe o que torna as algas tão poderosas e especiais?

As algas estão entre as criaturas vivas mais antigas do planeta. As primeiras algas surgiram há mais de 2 bilhões de anos, antes da divisão dos reinos animal e vegetal. Na longa jornada da vida no planeta ocorreram mudanças dramáticas no meio ambiente – eras glaciais seguiram períodos de calor intenso, a composição da atmosfera mudou, a temperatura dos mares mudou, oceanos desapareceram e outros se formaram, animais apareceram e foram extintos – e as algas se adaptaram e sobreviveram. Por conta disso, as mesmas desenvolveram mecanismos sofisticados de sobrevivência, produzindo uma série de compostos químicos que são de interesse para diferentes setores industriais.

Outra importante vantagem do uso das algas, é que as mesmas necessitam apenas de água, luz e CO2 para crescerem, ideais para o cultivo em biorreatores. Além disso, é uma matéria-prima sustentável, já que não necessita de irrigação ou fertilizantes, e não compete com as culturas para a produção de alimentos. 

Segundo o relatório da WGSN, as algas já começaram a ser utilizadas como uma alternativa ao petróleo na produção de calçados, assim como uma opção para o tingimento de tecidos, dispensando os pigmentos pretos à base de petróleo. Na agricultura, extratos de algas marinhas utilizados como fertilizantes contribuem para o fortalecimento das raízes, o aumento da clorofila, e a resistência ao estresse, sendo uma opção de biofertilizante de baixo impacto ambiental e para a saúde humana. Como fonte de biocombustível, pesquisadores apontam para o potencial das microalgas como um insumo de rápido crescimento, alta produção de óleo, e que não competem por terras com outros insumos alimentícios, como é o caso da cana-de-açúcar e o milho, também utilizados em biocombustíveis.

Já na indústria dos cosméticos, diversas pesquisas apontam para os benefícios que as algas trazem para a saúde da pele. Algumas espécies de macroalgas marinhas, como a alga rosa (Hypnea Musciformis), a alga marrom (Sargassum Filipendula) e alga vermelha (Botryocladia Occidentalis), são conhecidas por sua ação antioxidante e seu potencial de proteção contra os efeitos negativos da radiação solar na pele. Além disso, seus ativos combinados atuam como imunoestimulantes que ajudam no processo natural de autorregenerarão da pele, sendo ideais para o uso em protetores solares, óleos, sabonetes e cremes hidratantes.

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