Carnaval consciente – Venha saber de quais formas podemos ter um carnaval com menos poluição

Fevereiro chegou, e com ele o Brasil se prepara para o maior espetáculo da Terra: o carnaval. Desde o início do mês é possível observar festas e bloquinhos, que levam milhões de pessoas a saírem de suas casas e festejarem nas ruas. Porém, apesar de toda a alegria e festa do período, ainda pouco se fala sobre a necessidade de levar para as ruas também a consciência ambiental. 

É comum perceber depois das festas de carnaval uma enorme quantidade de lixos nas ruas, como a exemplo do Rio de Janeiro que em 2019 recolheu mais de 1.200 toneladas de resíduos nas ruas após o carnaval. Além disso, alguns itens tradicionais como o glitter e os adereços podem representar grande ameaça aos oceanos. Saiba a seguir quais são alguns dos principais vilões ambientais durante esse período e de que forma podemos fazer a nossa parte para um carnaval sustentável:

O excesso de plástico

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o 4º país que mais produz lixo plástico no mundo, com uma taxa de reciclagem de apenas 1.28%, bem abaixo da média mundial de 9%. Durante a época do carnaval é comum que muitas pessoas utilizem ainda mais os plásticos de uso único, principalmente em copos ou garrafas que são descartados logo após o uso. 

Uma maneira simples de contribuir para reduzir a poluição nesse período é levar o seu próprio copo para festas e blocos de rua, e recusar o uso de copos e canudos de plástico. 

Lixo no local adequado

O lixo que é jogado nas ruas entope bueiros, causa alagamentos, e chega facilmente até os oceanos. Parece algo simples e óbvio, mas também precisa ser dito: se precisar jogar algo no lixo, guarde com você até encontrar uma lixeira ou local adequado para descarte, mas nunca diretamente no chão. 

O glitter e o perigo dos microplásticos

Ao pensar em carnaval, cor e brilho são alguns dos elementos que primeiro vêm à mente. Mas você sabia que o glitter utilizado pela maioria dos foliões representa um grande perigo para a vida marinha – e para a a nossa?

O glitter é produzido a partir de placas de PET ou PVC, que são metalizadas, tingidas, e depois cortadas em micropartículas para chegar ao aspecto que conhecemos. Por ser um microplástico, esse material pode ser facilmente carregado para os oceanos, já que não existe nenhum tipo de barreira física que possa detê-lo, então ao lavar o glitter do corpo durante o banho, o mesmo tem como destino certo e final, os oceanos. Lá, eles são ingeridos pela fauna marinha e adentram a cadeia alimentar chegando, em última instância, também a nós humanos. Muito têm se pesquisado nos últimos anos sobre o impacto que os microplásticos estão causando para a vida no planeta, e estudos apontam para os possíveis danos mecânicos e patológicos que a ingestão de plástico causará para a saúde humana e dos animais.

Uma opção ao glitter convencional para o carnaval é procurar pelos glitters ecológicos, biodegradáveis, que hoje são possíveis de encontrar na internet e também em diversas lojas de fantasias.

Fantasias 

E, por falar nelas, outra forma de contribuir para um carnaval mais sustentável é através das escolhas de fantasias e adereços para os dias de folia. Antes de procurar por adereços novos, procure dentre as coisas que você já possui quais podem ser reutilizadas ou mesmo transformadas e usadas de outra forma. Além disso, você também pode se divertir fazendo as suas próprias fantasias com materiais reciclados, procurar em brechós por peças que faltem, ou até mesmo trocar adereços dos anos anteriores com os seus amigos!

Assim, você evita comprar novos itens que serão utilizados apenas uma vez e posteriormente descartados, indo parar em aterros sanitários. 

Ao fazer a nossa parte, e estimular as pessoas a nossa volta a fazerem o mesmo, nós podemos ser parte ativa da mudança e transformar o carnaval em uma época de alegria sem poluição. Para além disso, é importante pressionar os governos das cidades e estados para que realizem a coleta seletiva e facilitem o descarte adequado do lixo, assim como pressionar empresas, marcas e escolas de samba por alternativas sustentáveis nas suas produções.