Cruelty-free e Vegano: Entenda a importância e as diferenças entre esses termos em ascensão no mundo dos cosméticos

Você sabia que ainda hoje grande parte das empresas de cosméticos realizam testes em animais? Tal hábito tão presente nas práticas de pesquisa da humanidade há tanto tempo, ganhou ainda mais força e gravidade quando cientistas descobriram semelhanças entre o nosso sequenciamento genético e os de animais de pequeno porte. Por serem pequenos, dóceis, e fáceis de manejar, a indústria passou a fazer uso intenso de animais como coelhos, camundongos, hamsters, certas raças de cachorros, entre outros, para realizar os testes de seus produtos. 

Porém, com o avanço da tecnologia e da disseminação da informação, cada vez mais pessoas tomaram conhecimento real de tais práticas e do quanto elas são nocivas e desnecessárias. De acordo com notas divulgadas pela PETA, uma das principais ONGs de defesa dos animais, os seres manipulados em laboratório sofrem diversos tipos de abuso, como a aplicação de substâncias em seus olhos, causando úlceras e cegueira. Além disso, muitos animais são mantidos em cativeiro e forçados a se reproduzir para a continuidade das pesquisas, e essas e muitas outras práticas abusivas contribuem para a tortura e morte precoce desses animais. 

Cada vez mais pessoas assumem consciência de tais fatos e estão questionando as formas de produção que visam o lucro às custas da vida, tanto humana quanto animal. A ciência avança para criar métodos que dispensem a necessidade de testes em seres vivos, como o uso de culturas de células e de tecidos humanos produzidos artificialmente com tecnologia 3D. Na busca por produtos feitos de forma respeitosa com os animais, é comum se deparar com alguns termos, selos e certificações, e é importante saber reconhecê-los e diferenciá-los. Nesse sentido, deve-se buscar por produtos que sejam certificados como veganos e/ou cruelty-free. Confira abaixo as principais diferenças entre os dois termos e como identificá-los:

Cruelty-free é um termo que significa, em tradução para o português, “livre de crueldade”. Esses são produtos que não realizam testes em animais em nenhuma fase da sua produção, e podem ser identificados a partir do selo em suas embalagens certificados pela PETA (People for Ethical Treatment of Animals), representado pela imagem de um coelho, animal que tradicionalmente é muito utilizado em testes de cosméticos.

Já um produto vegano é aquele que não utiliza em sua composição nenhum tipo de ingrediente de origem animal, como leite, mel, entre outros. Aqui se encontra a principal diferença entre produtos veganos e produtos cruelty-free, já que nem todo produto livre de crueldade e testes em animais necessariamente deixa de possuir ingredientes de origem animal. Um produto pode receber o selo de cruelty-free mesmo contendo ingredientes de origem animal, contanto que comprovem que em nenhum estágio da sua produção são realizados testes em animais. Ao procurar por produtos que sejam ao mesmo tempo veganos e cruelty-free, uma das principais certificações utilizadas é a da “The Vegan Society”, que garante que um produto além de não ter sido testado em animais, também não utilizou elementos derivados deles. 

Apesar de já existirem muitas alternativas para uma produção livre de crueldade, grandes empresas mantêm os testes em animais por uma questão de lucro, já que o uso de outras tecnologias exige um investimento inicial. Para além da dor e sofrimento que causam, tais práticas arcaicas também dificultam o progresso da ciência e o desenvolvimento e popularização de novos métodos, já que falta pesquisa e investimento em novas tecnologias. Além de pressionar a classe política e legisladora para que façam leis que proíbam tais práticas, aquelas pessoas que podem escolher por produtos veganos e/ou cruelty free, quando o fazem, ajudam a mudar o sistema pressionando e redirecionando o incentivo para marcas comprometidas com práticas éticas. E, ao fazê-lo, contribuem para que o restante do mercado passe a encarar tal movimento não apenas como uma tendência ou moda, mas como o novo padrão aceitável de produção. 

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