Vilões invisíveis: Entenda sobre os microplásticos presentes na composição dos protetores solares e como evitá-los

Você sabia que o seu protetor solar, assim como outros produtos cosméticos de uso rotineiro, podem conter microplásticos em sua composição? Com partículas cada vez menores e de difícil identificação, como é o caso dos nanoplásticos, que podem chegar a até 0,001 micrômetros de tamanho (1 milionésimo de metro), tais produtos tornaram-se uma ameaça tanto para a vida marinha, como para a nossa própria saúde. 

Em uma rápida passagem pelo banheiro, é provável que seja fácil de identificar a presença de muitos plásticos convencionais de uso único: embalagens de shampoos, sacos plásticos, escovas de dente… a lista aumenta a cada nova investigação. Porém, existe um tipo de plástico escondido em grande parte dos produtos cosméticos: os microplásticos. Essas são partículas de polímeros que não chegam a serem maiores que 5mm, podendo chegar a tamanhos microscópicos invisíveis a olho nu, e que são intencionalmente adicionadas a produtos cosméticos, como os protetores solares, para influenciar na sua espessura e aparência, unir ingredientes e torná-lo à prova d’água, ou mesmo para gerar efeitos de brilho ou opacidade na pele. Um relatório da Plastic Soup Foundation apontou para a existência de até 100 trilhões de partículas plásticas em um único frasco de protetor solar. 

Mas por que exatamente isso é um problema? Segundo o Relatório, as partículas menores são as mais perigosas pois elas podem ser facilmente incorporadas em nossa cadeia alimentar. Ao contaminarem os lençóis freáticos, este tipo de plástico acaba sendo ingerido por espécies marinhas e assim adentrando também a dieta humana. Além da questão da alimentação, estudos apontam que as partículas menores podem adentrar membranas biológicas e serem facilmente absorvidas pela nossa pele, atingindo a corrente sanguínea. Para além disso há também a questão ambiental, já que os microplásticos não se degradam e uma vez nos oceanos acabam servindo como uma espécie de ímã para poluentes maiores, mexendo com o equilíbrio do ecossistema e sendo parte da cadeia alimentar aquática.

Na atualidade, as pesquisas sobre o efeito dos microplásticos no nosso organismo, e no meio ambiente como um todo, ainda estão em desenvolvimento e há muito  o que se descobrir a respeito disso. Porém estudos recentes apontam para a possibilidade dos microplásticos afetarem o nosso sistema imunológico e acarretarem em consequências mecânicas e patológicas para o corpo humano. 

Apesar de algumas organizações internacionais e governos começarem a se atentar para o problema, ainda encontram grande resistência por parte da indústria cosmética na hora de criar leis e regulações que proíbam o uso do plástico. Porém, a conscientização por parte dos consumidores é essencial para que a pressão seja cada vez mais forte na indústria e a mesma se veja obrigada a se adaptar aos novos padrões de consumo. Aplicativos como o “Beat the Microbead” são uma forma interessante de entender melhor os rótulos e listas de ingredientes nos produtos, e ter melhor consciência do que cada produto contém. 

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